segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A atual crise brasileira e a Gestão do Conhecimento Organizacional ou sua falta


Prezados

Às vezes a gente atira no que vê e acerta no que não vê. Em uma recente postagem do Marcos Cavalcanti, disponível em https://www.facebook.com/marcos.cavalcanti/posts/10153420125812149?comment_id=10153420278542149&notif_t=like , tomei contato com um artigo de Javier Martínez Aldanondo, que se identifica como Gerente de Gestión del Conocimiento de Catenária. Tenho a impressão de que Catenária é ou era a empresa em que ele trabalha. O artigo é intitulado “Menos MBA y más creatividad”, disponível em http://www.catenaria.cl/km/newsletter/newsletter_117.htm . Embora não concordando muito com algumas colocações do tal Sr. Javier, segui um link até um outro artigo dele, de 2011, intitulado “Vivimos en un mundo dirigido por ingenieros”, disponível em http://www.catenaria.cl/km/newsletter/newsletter_64.htm , com o qual tive mais divergências ainda.

Pois foi neste segundo artigo que encontrei o seguinte parágrafo, que despertou minha atenção:

Recientemente, el reputado economista Michael Porter visitó Chile y realizó una crítica explícita al país por no haber sido capaz de definir las ventajas competitivas sobre las que construir su desarrollo futuro, o lo que es lo mismo, por no identificar su conocimiento crítico. El mensaje de Porter fue diáfano: Chile corre un serio  peligro si continúa dependiendo de los recursos naturales sin añadir valor a su oferta incorporando conocimiento.

Pois para quem se pergunta o que tem a Gestão do Conhecimento Organizacional, ou sua falta, a ver com a atual crise brasileira aí está uma das muitas respostas parciais.

Uma crítica, digamos também explícita, que se pode fazer ao Brasil, em especial aos governos PTistas, é por não terem sido capazes de aproveitar o boom das commodities e definir as possíveis vantagens competitivas sobre as quais deveríamos ter pesquisado e construído tecnologias capazes de alavancar nosso desenvolvimento, substituindo bens que não sofrem processos de alteração ou que são pouco diferenciados por produtos naturais, sim, mas que agreguem conhecimento.

Naturalmente, muitos dirão que não se trata de tarefa fácil e que o Brasil tem tentado investir em inovação, mas a mensagem de Porter, que era para o Chile, certamente se aplicou ao Brasil, que continuou preguiçosamente a depender dos seus recursos naturais, amargando hoje a baixa do valor desses produtos no mercado internacional e a consequente diminuição de impostos apurados.

É claro que vários outros fatores têm sido analisados por especialistas e se somam para explicar a atual situação econômica do Brasil, mas as análises acabam esbarrando na idéia de que não fizemos o dever de casa e não conseguimos modificar nossas estruturas de conhecimento (principal papel da Gestão do Conhecimento Organizacional) e diminuir a importância das commodities em nossa pauta de exportações.

Forte abraço

Fernando Goldman

 


 

Um comentário:

Ferdinand disse...

Penso que não é tarefa do governo definir vantagens competitivas ou tecnologias....
É tarefa do governo criar ambiente propício para investimentos de toda ordem de onde o desenvolvimento possa emergir.