quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Dinâmica do Conhecimento Organizacional: Post 5 – tácito e explícito são diferentes dimensões do mesmo conhecimento

    
Tsoukas[1] argumenta que a natureza do Conhecimento Organizacional – e sua relação com as competências individuais e os contextos sociais – tem sido mal compreendida à medida que o “conhecimento tácito”[2]  se tornou popular nos estudos de Gestão e de Economia de uma forma mal interpretada, tendo sido constantemente concebido como uma oposição ao conhecimento explícito, quando na verdade tácito e explícito seriam simplesmente diferentes dimensões do mesmo conhecimento[3].

Pesquisadores do Aprendizado Organizacional, da Inovação e dos elementos que constituem a chamada Visão da Firma Baseada em Conhecimento[4] têm lidado em algum grau com a criação do Conhecimento Organizacional, devido a ser este o elemento de sobreposição existente entre estes tópicos. Apesar disso, conforme considera Tsoukas[5], mesmo com a proliferação de estudos empíricos e os importantes insights ganhos, mais trabalho teórico ainda é necessário para melhor entender os processos sociais pelos quais o Conhecimento Organizacional é contínua, dinâmica e adequadamente criado.

Quanto ao conhecimento, merece destaque o seu caráter inerentemente paradoxal, pois é ao mesmo tempo uma construção individual e o fruto de um processo social (produto de uma comunidade), que por se tratar de um intangível, não é passível de ser gerenciado no sentido usual da palavra “Gestão”[6]. O conhecimento é uma construção individual por ser uma capacitação humana e como tal é: dinâmico, pessoal, intangível e biograficamente determinado. Deve sempre ser diferenciado da informação, por mais sofisticada que ela seja[7].
Ao mesmo tempo, o conhecimento é um produto social, pois, como definem Berger e Luckmann[8], as pessoas que interagem, em determinado contexto histórico e social, “compartilham informações a partir das quais constroem o conhecimento social como uma realidade que, por sua vez, influencia o discernimento, o comportamento e a atitude delas”.[9]



[1] 2005, p. 3
[2] POLANYI, PROSCH, 1975
[3] POLANYI, PROSCH, 1975
[4] GRANT, 2006
[5] 2009, p. 1
[6] ALVARENGA NETO; BARBOSA; PEREIRA, 2007, p. 21
[7] NONAKA, 1994
[8] 1966 apud NONAKA; TAKEUCHI, 1995, p. 59
[9] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf. As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.

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