quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Mensagem de Ano Novo - 2014




Aos amigos deste blog, os sinceros votos de um Feliz Natal e um 2014 repleto de Paz e sonhos realizados.

Forte abraço

Fernando Goldman

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 8

“Nós entramos decididamente numa nova era com o trabalhador do conhecimento. O principal fator de produção é o saber que temos. O problema é que esse saber não é quantificável e controlável. O conhecimento emerge numa conversação entre humanos, não é uma "coisa" em si. É um processo contínuo de entendimento, em que este só surge se houver interação. É um processo social. O entendimento nasce nesse ato social. Não é possível, por isso, controlar o saber, nem geri-lo.

Conhecer é uma ação corporal, e ninguém pode ser proprietário dela. Seria o mesmo que dizer que alguém pode ser proprietário do meu ato de andar. Todo esse movimento para a Gestão do Conhecimento - para passá-lo do nível implícito para o explícito, codificando-o - e para a medição do capital intelectual é baseado em algo impossível. O capital intelectual não tem qualquer sentido - deriva da idéia do saber como coisa de que se pode ser proprietário. E gasta-se, inutilmente, imenso dinheiro e tempo nisso. É absurdo.”

Ralph Stacey*

* Para conhecer a fonte deste parágrafo e ver o comentário sobre ele do saudoso Jayme Teixeira Filho, acesse o link http://janelanaweb.com/digitais/stacey.html

sábado, 31 de agosto de 2013

A natureza do conhecimento

Prezados
Em sua “August 2013 Gurteen Knowledge Letter”, o David Gurteen apresentou alguns pensamentos sobre a natureza do conhecimento. Como estes pensamentos do Gurteen estão muito alinhados com as ideias discutidas neste blog, vou tomar a liberdade de traduzir e reproduzí-los a seguir.
Forte abraço
Fernando Goldman
No mundo da KM, falamos o tempo todo sobre o compartilhamento, a transferência e a captura de conhecimento. Mas nós realmente não podemos fazer isso.
O conhecimento só existe na mente humana. No papel, ou em um banco de dados, ou até mesmo quando codificado em nossa voz, ele é informação - uma difusa e pobre representação do nosso conhecimento, em um momento no tempo, incompleta e sem o contexto completo.
Isso significa que eu não posso te dar diretamente o meu conhecimento e você não pode me dar o seu. O conhecimento é sempre transferido através de alguma forma de informação codificada. O conhecimento é codificado como informação e, em seguida, o conhecimento existente na mente do receptor é usado para reconstruir as informações novamente em conhecimento. Um tipo engraçado de processo no qual muito se perde e é distorcido ao longo do caminho. Sim, você pode argumentar que o conhecimento é, finalmente, compartilhado ou transferido, mas está longe de ser um processo perfeito.
Quando falamos ou interagimos , nenhum de nós tem qualquer controle sobre o que o outro presta atenção ou retém em sua cabeça. Acontece o mesmo com a leitura, duas pessoas vão ler o mesmo livro ou relatório, aprendendo e tirando conclusões muito diferentes."
Sabemos disso , mas ainda falamos sobre o compartilhamento de conhecimento e a transferência de conhecimento. Nós simplesmente não podemos transferir conhecimento , no verdadeiro sentido da palavra . É a metáfora errada para descrever o processo que ocorre, no entanto, parece que estamos presos a ela.
Tudo o que podemos fazer é ajudar uns aos outros a desenvolver seu próprio  conhecimentos. O conhecimento não é estático. Não é uma coisa . É dinâmico e em constante mutação.
Numa conversação, novo conhecimento pode emergir na minha cabeça e na sua. Ele nunca mais será o mesmo conhecimento . E quando nós nos separarmos e refletirmos sobre as coisas faladas, nosso conhecimento vai mudar. E cada vez que nos lembrarmos da conversa, o conhecimento vai emergir um pouco diferente.
 
Troço engraçado e etéreo esse tal de conhecimento. Não é à toa que é tão difícil de ser "gerenciado" ”.

domingo, 25 de agosto de 2013

Comunidades de Prática com Artefatos Epistemológicos

Prezados

Para os que ainda não conhecem, Comunidades de Prática, normalmente designadas como CoP, estão entre as ferramentas mais efetivas de Gestão do Conhecimento Organizacional, sendo utilizadas por muitas das empresas reconhecidas como de excelência.
CoP permitem que especialistas em determinado assunto tirem partido das Tecnologias da Informação e Comunicação para aumentar a interação que propicia a criação de conhecimento.
Como diz o velho ditado "é da discussão que nasce a luz" e as CoP fornecem meios de discussão organizada, sistematizada e profícua, diminuindo dessa forma o stress, o desperdício de tempo e a energia despendida para atingir um consenso pelos especialistas, que podem assim se dedicar de forma mais prazerosa a suas atividades fim.
Mas não se deve pensar, de forma alguma, que criar uma CoP é garantia de sucesso automático. Muitas CoP fracassam, por uma série de razões, que demandariam muito espaço para discussão.
Em outra linha de raciocínio, segundo Giavanni Dosi, a Tecnologia se faz em três dimensões: as receitas, as rotinas e os artefatos. Poderíamos dizer “artefatos tecnológicos”, mas como estamos falando de Tecnologia, não há necessidade do adjetivo.
Há uma definição clássica de Tecnologia, do mesmo Dosi, que é a seguinte:
"Podemos definir tecnologia como um conjunto de partes do conhecimento [pieces of knowledge], tanto as diretamente ‘práticas’ (relacionadas a problemas e dispositivos concretos) quanto as ‘teóricas’ (praticamente aplicáveis, embora não necessariamente já aplicadas), know-how, métodos, procedimentos, experiências de sucesso e fracasso, e também, dispositivos e equipamentos físicos. Os dispositivos físicos existentes incorporam — por assim dizer — os sucessos no desenvolvimento da tecnologia em uma atividade definida de solução de problemas. Ao mesmo tempo, a parte ‘desincorporada’ da tecnologia consiste de perícias particulares, experiência de tentativas e soluções tecnológicas prévias, juntamente com o conhecimento e as realizações do ‘estado-da-arte" (Dosi, 1982: 151-2).

O termo “dispositivos” (em inglês, no original, devices) vem sendo substituído pelo termo artefatos (artefacts) e se a Tecnologia é feita de partes do conhecimento podemos, em analogia aos Artefatos Tecnológicos, falar em Artefatos Epistemológicos.
Os Artefatos Epistemológicos incorporariam, então, os sucessos no desenvolvimento do conhecimento em uma determinada atividade de Tomada de Decisões.
Um bom exemplo seria um Manual de Engenharia de uma grande construtora. O Manual incorpora os sucessos no desenvolvimento do Conhecimento Organizacional da construtora, mas diferentemente do que se costuma ouvir, ele não é um repositório de conhecimentos. Ele é um repositório de informações. Informações que podem propiciar a construção de conhecimento pelos indivíduos, que trabalham hoje na construtora.
É até possível imaginar um Artefato Epistemológico feito fora da empresa, mas na prática eles são construídos pela interação entre os conhecedores dentro da empresa, que percebem os elementos de informação necessários à construção do conhecimento.
Se para formar Artefatos Epistemológicos é necessária a interação entre conhecedores e, como vimos antes, CoP propiciam esta interação de uma forma bastante efetiva, por que não se pensar em CoP baseadas em Artefatos Epistemológicos?
De imediato, três tipos de eventos que permeiam a Gestão do Conhecimento Organizacional podem ser contemplados em CoP baseadas em Artefatos Epistemológicos: melhores práticas, lições aprendidas e pontos de atenção.
Se você consegue que especialistas, com diferentes graus de prática, em diferentes áreas de um arranjo organizacional (uma empresa, por exemplo), que compartilham um domínio do conhecimento ( uma especialidade), se sintam membros de uma comunidade a ponto de se proporem a discutir, presencialmente ou virtualmente, melhores práticas, lições aprendidas e pontos de atenção, em uma CoP, registrando os pontos consensados em um Artefato Epistemológico, você certamente alcançou uma grande contribuição para a Gestão do Conhecimento Organizacional.
Forte abraço

Fernando Goldman

sábado, 13 de julho de 2013

Minha Defesa de Tese de Doutorado

Prezados

É com muita satisfação que informo ter feito, ontem, dia 12 de julho, junto ao programa de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento, do Instituto de Economia da UFRJ, minha Defesa de Tese de Doutorado, com o título A DINÂMICA DA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO SOBRE INOVAÇÃO NO SISTEMA ELETROBRAS. A banca composta pelos Professores Doutores Paulo Bastos Tigre (PPED/UFRJ), Ana Celia Castro - (PPED/UFRJ), Renata Lèbre La Rovere - (PPED/UFRJ), Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti - (COPPE/UFRJ) e Vinícius Carvalho Cardoso - (Politécnica-UFRJ) aprovou a tese sem ressalvas.

Esta certamente é uma vitória pessoal que muito me orgulha, mas também é de todos aqueles que compartilham a crença na força das ideias e que comigo têm participado do meu blog e de outros canais onde procuro discutir e melhor compreender o Conhecimento Organizacional e suas implicações para a inovação e a competitividade.  A todos que de uma forma ou outra, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento daquele trabalho, que certamente eu não os conseguiria enumerar, o meu muito obrigado.

Forte abraço

Fernando Goldman

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 7

Uma vez que a origem de qualquer recurso tangível de uma empresa está fora dela, é mais provável que sua vantagem competitiva surja a partir dos seus intangíveis - específicos de conhecimento - que permitem à empresa agregar valor a seus fatores de produção de uma forma relativamente única. Assim, é o conhecimento da empresa e sua capacidade de gerar conhecimento que estão no centro de uma Teoria da Firma, que pareça mais epistemológica. (tradução nossa) (SPENDER, 1996, p. 46)

 SPENDER, J. C. Making knowledge the basis of a dynamic theory of the firm. Strategic Management Journal, v. 17(edição especial), p. 45–62, 1996.

domingo, 9 de junho de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 6

Vivemos hoje em uma sociedade pós-industrial em que o conhecimento vem, cada vez mais, sendo reconhecido como a principal fonte de riqueza. A evidência avassaladora é que as economias que são pobres em recursos naturais, mas especialistas na produção e exploração de conhecimentos em geral superam as economias que têm recursos naturais abundantes, mas são carentes de tais habilidades. Estamos descobrindo, porém, que o conhecimento é uma coisa muito fugaz. Ativos geradores de riqueza, cujo principal componente é o conhecimento, simplesmente não se comportam da mesma forma que ativos físicos, com os quais estamos mais familiarizados. Nós realmente ainda não sabemos como lidar com a riqueza do conhecimento. Um indicador simples de nossa situação é que estamos encontrando cada vez mais dificuldades para chegar a medidas robustas do PIB para a economia baseada no conhecimento. (tradução nossa) (BOISOT, 1998, p. xiii)

BOISOT, M. H. Knowledge Assets: Securing Competitive Advantage in the Information Economy. Oxford and New York, Oxford University Press, 1998.

domingo, 2 de junho de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 5

É conveniente pensar a indústria como a realização de um número indefinidamente grande de atividades, atividades relacionadas à descoberta e estimativa do futuro que se deseja, a pesquisa, desenvolvimento e projeto, a execução e coordenação dos processos de transformação física, a comercialização de bens e assim por diante. E nós temos que  reconhecer que essas atividades têm de ser realizadas por organizações com capacitações adequadas, ou, em outras palavras, com o conhecimento apropriado, experiência e habilidades. A capacitação de uma organização pode depender do domínio de uma determinada tecnologia de materiais, como a química da celulose, a engenharia eletrônica ou civil, ou pode derivar de habilidades em marketing ou do conhecimento e reputação em um mercado em particular. (tradução nossa) (RICHARDSON, 1972, p. 888)

RICHARDSON, G. B. The Organisation of Industry. The Economic Journal, v. 82, n. 327, p. 883896, 1972.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 4


Quando as pessoas dizem que "todos os nossos ativos saem pela porta de noite" elas estão mostrando sua ignorância sobre o que é Capital Estrutural. Um negócio muito bem sucedido depende de pessoas que chegam todas as manhãs. Mas também tem processos padronizados e de conhecimento compartilhado que permanecem na empresa quando as pessoas vão para casa à noite. (tradução nossa)*

 

* O que é o capital estrutural? Postado por Mary Adams em 29 de maio de 2013, 08:16 no blog www.smarter-companies.com. Disponível em

http://www.smarter-companies.com/profiles/blogs/what-is-structural-capital?utm_source=Update%3A++May+30%2C+2013&utm_campaign=5%2F30+Update&utm_medium=email

sábado, 25 de maio de 2013

Da Gestão da Informação à Criação do Conhecimento Organizacional

Prezados

Nos próximos dias 12 e 13 de junho próximo estarei participando do eDOC 2013 – Rio de Janeiro, um evento para profissionais que se dedicam a processar informações e obter resultados, onde apresentarei a palestra de abertura.

O link para o evento é http://www.edocconsultoria.com.br/eventos/detalhe/134/rio-de-janeiro-rj  e segue a descrição da palestra, que apresentarei:

 

Da Gestão da Informação à Criação do Conhecimento Organizacional

Em uma economia cada vez mais baseada em conhecimento, a Dinâmica da Inovação Organizacional é um tema de crescente relevância e, apesar de décadas de pesquisas, importantes aspectos conceituais permanecem ainda pouco conhecidos. Diante dos conceitos de “sociedade da informação”, “sociedade em rede” e “capitalismo cognitivo” a palestra aborda, em linguagem simples e acessível, a real natureza do “trabalho imaterial” nos modernos ambientes de engenharia, mostrando a efetiva gestão da informação como o elemento que propicia o sucesso de Comunidades de Prática focadas em artefatos epistemológicos, caracterizando as formas mais avançadas de capitalismo.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 3

"Joseph Schumpeter pode ser citado como alguém capaz de manter duas idéias opostas em mente ao mesmo tempo. Schumpeter postulava o "desequilíbrio dinâmico" como o único estaco estável da economia, e a "destruição criativa", por parte dos inovadores, como a força impulsora da economia. Uma onda de interesse atual em Schumpeter é o reflexo dos nossos tempos. O que é digno de nota é o fato de que seus postulados são a antítese da teoria econômica prevalente, baseada na idéia do equilíbrio como norma de uma economia saudável e nas políticas, monetária e fiscal, como impulsionadoras de uma economia moderna. Uma mente diferenciada agora tem a oportunidade de manter duas visões opostas - a  tese de Schumpeter e a antítese da economia dos dias modernos - ao mesmo tempo e usá-las para encontrar um melhor caminho."
(TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p.17)*



TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Criação e dialética do conhecimento. In: ________. (Org.). Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. p.17-38.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Divulgação de estudo pioneiro sobre Economia Política da Informação e Comunicação

Prezados
Segue material publicado pela Claudia Chamas  no grupo PPED-UFRJ, que além do link para baixar o livro, fornece importantes informações - em especial para os alunos de NAI-5 - sobre "sociedade da informação", "sociedade em rede", "capitalismo cognitivo" e "trabalho imaterial".
Forte abraço
Fernando Goldman
 
 
  
Divulgação de estudo pioneiro sobre Economia Política da Informação e Comunicação "Trabalho com informação", de Marcos Dantas, está disponível para livre acesso, na internet Editado e publicado com apoio do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ e projeto gráfico da I Graficci Comunicação & Design, o livro pode ser baixado livremente, em PDF ou e-book (formato .epub), no endereço http://www.facebook.com/l/vAQH9u9Jp/www.marcosdantas.pro.br/conteudos/trabalho-com-informacao-valor-acumulacao-apropriacao-nas-redes-do-capital Inicialmente dissertação de mestrado em Ciência da Informação (IBICT/ECO-UFRJ), a primeira versão de Trabalho com informação: valor, acumulação, apropriação nas redes do capital, de Marcos Dantas, data de 1994, revista em 1996 e 1999. Mas não é necessariamente um livro datado: ao contrário, escrito, na sua maior parte antes de a internet ter se transformado nesse fenômeno de massas que hoje todos vivenciamos e quando ainda quase nada se falava, no Brasil, de "sociedade da informação", "sociedade em rede" e, absolutamente nada, de "capitalismo cognitivo" ou "trabalho imaterial", o estudo antecipava alguns dos grandes problemas que se encontram na agenda social e política atual, dentre eles o conflito entre o livre acesso ao conhecimento e as leis de propriedade intelectual, assim como a real natureza do trabalho ("imaterial"?) no capitalismo contemporâneo. Para Dantas, o trabalho, nas formas mais avançadas de capitalismo, é informacional, conceito que reconhece a materialidade do trabalho mas entende que, entre a atividade sócio-metabólica humana e o seu produto material final, efetua-se todo um amplo conjunto de atividades de produção, registro e comunicação de materiais sígnicos, na forma de textos, cálculos matemáticos, desenhos, operações em instrumentos de medição ou controle, programação de computadores etc. Nestas atividades encontra-se o centro do processo de valorização no capitalismo tardio. Daí, Dantas rotular este capitalismo como a etapa do capital-informação, conforme aliás intitulou outro livro, "A lógica do capital-informação", também extraído, embora parcialmente, daquela mesma dissertação. Neste novo livro, em seu primeiro capítulo, o autor propõe um exame dialético das Teorias da Informação, desde o atomismo de Claude Shannon à crítica sistêmica de Henri Atlan e Henri Laborit, para então rediscutir a teoria do capital de Karl Marx, buscando nela situar essa dimensão da natureza e da história – a informação – que obviamente não poderia ter sido percebida, à sua época, por este grande pensador alemão. E seguiu não sendo percebida pelos seus epígonos... Em seguida, debate os conceitos de "sociedade da informação", conforme ainda eram postulados na primeira metade da década 1990, dialogando, entre outros autores, com Daniel Bell e Radovan Richta, este um dos poucos marxistas a perceber, ainda na década 1960, as transformações pelas quais passava o capitalismo e, daí, as possibilidades (afinal frustradas) do socialismo. Então, o livro avança nas questões polêmicas da atualidade, desde descrições detalhadas do trabalho informacional comandado pelo capital, até os conflitos econômicos e políticos que, já nos anos 1990, tratavam da chamada "propriedade intelectual". Simplesmente, a informação, por sua natureza (se cientificamente compreendida), não pode ser reduzida a mercadoria, sustenta Dantas. Por isso, o valor da informação (extraído do trabalho) só pode ser apropriado através de métodos violentos expressos nas leis de "propriedade intelectual" sancionadas pelo Estado (capitalista). Essa apropriação se dá na forma de rendas informacionais, fundamento do capitalismo rentista e financeiro dos nossos dias. O autor então examina algumas leis que àquela época emanavam dos Estados Unidos, precursoras dos SOPA e ACTA de nossos dias, por meio das quais o governo desse país impunha, ao resto do mundo, o monopólio do conhecimento pretendido por suas corporações transnacionais. Nesse cenário, Dantas discute o "copyright" do software, as patentes farmacêuticas, a biopirataria, os rearranjos regulatórios ("neo-liberais") nas comunicações e aponta para o destino necessariamente "proprietário", sob o capitalismo, que viriam a ter as redes digitais, quando mal nascia a internet. Só faltou falar em "jardins murados", expressão desconhecida à época em que escreveu este trabalho. Infelizmente, o livro não atraiu o interesse das editoras, em meados da década 1990. Esses assuntos, no Brasil, não "vendiam". Marx estava fora de moda. E, do exterior, não nos tinham chegado novas "grandes narrativas" para agendar nossas idéias acadêmicas e ideologias mediáticas. Todos os mais importantes autores que começaram a ser divulgados entre nós discutindo esta "nova sociedade" que emergia com o digital e a internet, a exemplo de Pierre Levy, Manuel Castells, Antonio Negri, Boaventura de Souza Santos, Zygmunt Bauman, ou mesmo David Harvey, Slavoj Žižek e ainda outros, só aportariam por aqui no final daquela década 90 ou primeiros anos deste atual século. No entanto, exatamente porque agora contamos com a internet, Dantas decidiu que esta sua obra não deveria ser entregue à "crítica roedora dos ratos". Seus conceitos fundamentais e vários dos problemas que aborda têm orientado, desde então, os seus trabalhos e seguem sendo por ele aperfeiçoados. Não raro, parecem confirmados pelos fatos. Sobretudo, para Marcos Dantas, hoje, como a mais de 15 anos atrás, ainda cabe divulgar e discutir esta sua contribuição para demonstrar a atualidade e, ao mesmo tempo, dialeticamente, atualizar o pensamento de Karl Marx.
 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Re: O conhecimento precisa de liberdade e ar fresco...

Prezado Marcos (Comentário a uma postagem do Marcos Cavalcanti no Facebook)
 
Que bom! Ler no blog da Luciana Sodré Costa (http://bigdatarevolution.blogspot.com.br/2013/05/open-data-nao-e-bandeira.html )  que o
 
 
"Conhecimento é [...] um ato humano e contextualizado. Experiência única, baseada em outras experiências únicas que não podem ser armazenadas. Por mais detalhada que seja a descrição de um determinado conhecimento, ela será sempre, no máximo, um conjunto de informações".
Tomara que isto vire um mantra e inspire a todos aqueles que ainda acreditam na tola ideia de que é possível, ou útil, "explicitar o conhecimento tácito" de um único indivíduo.
 
Forte abraço

Fernando Goldman
 
De: Marcos Cavalcanti <notification+252es4xa@facebookmail.com>
Para: Banco Social do Conhecimento Lusófono <207726699269484@groups.facebook.com>
Enviadas: Quinta-feira, 9 de Maio de 2013 16:04
Assunto: [Banco Social do Conhecimento Lusófono] O conhecimento precisa de liberdade e ar fresco...

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O conhecimento precisa de liberdade e ar...
Marcos Cavalcanti9 de maio de 2013 16:04
O conhecimento precisa de liberdade e ar fresco para se desenvolver. Ambientes fechados e excessivamente controlados são a morte do conhecimento e das organizações que continuarem a trilhar este caminho!
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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Identificando uma lenda

Prezados

A Karen Barros fêz um comentário na postagem "Podemos ainda aprender com Nonaka e Takeuchi?" de 08 de março de 2008, que eu reproduzo abaixo:

Fernando, sobre o modelo SECI, será conseguimos mesmo explicitar o conhecimento tácito ou isso é apenas uma lenda? Porque percebo que as pessoas enxergam algumas coisas de maneiras diferentes, e o conhecimento tácito também está relacionado à maneira que enxergamos as coisas no nosso dia a dia.

Abraços,

Karen Barros

Oi Karen, você está coberta de razão. O modelo SECI não é sobre “explicitar o conhecimento tácito”. Ele é sobre como a partir do conhecimento tácito dos indivíduos é criado um Conhecimento Organizacional, que se apresenta na forma de um arquétipo, explícito portanto, podendo ser tangível (o protótipo de um novo produto, por exemplo) ou intangível (uma visão do que a empresa deve buscar, por exemplo).

De qualquer forma, a criação do Conhecimento Organizacional, tal como descrita no modelo SECI, é um processo social, não implicando em se buscar a “explicitação do conhecimento tácito” de um indivíduo, o que seria, no mínimo, um erro conceitual grotesco.

Após a conversão social do conhecimento tácito dos indivíduos em um Conhecimento Organizacional, o conhecimento tácito dos conhecedores não fica explícito. Você está certa: isto é apenas uma lenda.

Forte abraço

Fernando Goldman

domingo, 5 de maio de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 2

As comunidades de negócios e acadêmicas continuam a ter interesse nos conceitos de gestão do conhecimento e competências estratégicas ou capacitações essenciais. Este livro tenta estabelecer as ligações entre competências estratégicas, gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional e inovação - mais especificamente, como uma organização identifica, avalia e explora as suas competências e as converte em novos processos, produtos e serviços. (tradução nossa)

Do abstract do livro Tidd, J. (2006) From Knowledge Management to Strategic Competence: Measuring technological, market and organizational innovation, (Imperial College Press).

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tendências para energia sustentável

Prezado

Segue link que descreve grande avanço em armazenamento de eletricidade do Instituto Fraunhofer.

Forte abraço

Fernando Goldman 

Cada vez mais a eletricidade está sendo gerada por fontes alternativas, como a energia solar e a eólica, e quase um quarto da eletricidade que usamos hoje é derivado de fontes renováveis. O Governo Federal Alemão estabeleceu como objetivo gerar toda a eletricidade que o país precisa a partir do sol, vento e biomassa até 2050. Mas ....

http://www.vdibrasil.com.br/site/atualidadesvdi/index.php?id=49883

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Os Ingleses e sua estranha justiça


Prezados
Recebi de um amigo as informações abaixo. Talvez não tenham muita relação com KM, mas acho muito oportuno divulgar. Quem sabe não serve de exemplo para nós brasileiros?
Detalhe: Fui verificar a veracidade das informações na Internet e descobri que outros políticos ingleses estão reclamando da pena. Acham a pena branda demais, diante da gravidade da situação.
Forte abraço
Fernando Goldman
 

Para conhecimento e reflexão. São outros conceitos culturais.
       
 

 
Em 2003, um deputado inglês chamado Chris Huhne foi pego por um radar dirigindo em alta velocidade. Pra não perder a carteira, pois na Inglaterra é feio uma autoridade infringir a Lei, a mulher dele, Vicky Price, assumiu a culpa.
Chris
                                    Huhne and Vicky Pryce arriving at
                                    Southwark Crown Court earlier
O tempo passa, o deputado vira Ministro da Energia, o casamento acaba, a Vicky decide se vingar e conta a história pra imprensa.
Como é na Inglaterra, o tal do Chris Huhne é obrigado a se demitir primeiro do ministério e depois do Parlamento. ACABOU A HISTORIA?
NÃO.
Na Inglaterra é crime mentir para a Justiça e ontem a Justiça sentenciou o casal envolvido na fraude do radar em 8 meses de cadeia pra cada um. E vão ter de pagar multa de 120 mil libras, uns 350 mil reais.
Segredo de Justiça? Nem pensar, julgamento aberto ao público e à imprensa.
Segurança nacional? Nem pensar, infrator é infrator.
E o que disse o Primeiro Ministro David Cameron quando soube da condenação do seu ex-ministro: 'É uma conspiração da mídia conservadora para denegrir a imagem do meu governo.' Certo? Errado.
O que disse o Primeiro Ministro David Cameron acerca do seu ex-ministro foi o seguinte: 'É pra todo mundo ficar sabendo que ninguém, por mais alto e poderoso que seja, está fora do braço da Lei.'
Estes ingleses são um bando de botocudos. Só mesmo em paísinhos capitalistas um ministro perde o cargo por mentir para um guarda de trânsito.
Porque aqui neste paraíso ptista-sindicallista a Primeira Lei que um guarda de trânsito aprende é saber com quem está falando.
 

 
 
 
 
 
 

domingo, 31 de março de 2013

Respondendo ao Dudu

Prezado Dudu

Vou tentar responder seu comentário da postagem anterior, de 07 de março de 2013.

Você me diz:

“Parabéns pelo post Fernando muito esclarecedor, mas se entendi direito você diz que o GC organizacional foca ou deve focar apenas no conhecimento tácito, que a chamada conversão em explicito se dá de uma maneira individual?”

Obrigado pelo elogio Dudu, mas acho que você não entendeu direito. Antes de tudo, vale a pena reforçar a ideia de que nada do que eu digo aqui é uma verdade absoluta, simplesmente porque não existem verdades absolutas. É muito importante entender que o que tentamos fazer aqui é construir modelos nesse campo da Gestão do “Conhecimento Organizacional”. Outras pessoas têm outras visões do assunto. Importante é o que funciona e o que não funciona.

Dentro desta proposta construtivista, envoltos em ambientes de incerteza Knightiniana e racionalidade limitada, fazemos conjecturas informadas sobre o caminho à nossa frente, que se tornam hipóteses de trabalho, devendo ser constantemente atualizadas à medida que novas evidências surgem. (TEECE, 2007)

Há, assim, uma grande necessidade de entendermos o que diferencia empresas que se mostram bem sucedidas em ambientes de negócios cada vez mais globais, complexos e dinâmicos. Esse tipo de empresas aprende constantemente, inovando de três formas: ora inovando em produtos e processos; ora inovando em sua organização interna ou seus modelos de negócios ou ainda em suas relações e parcerias; e ora influenciando as instituições dos ambientes de negócios onde atuam ou pretendem atuar.

Estas inovações são fruto da criação de Conhecimento Organizacional, que acontece em dois tipos de Aprendizado Organizacional: o de 1ª e o de 2ª Ordem. Veja bem que aqui não confundimos Aprendizado Organizacional com Treinamento & Desenvolvimento.

A maior parte das empresas tem focado seus esforços de Gestão do “Conhecimento Organizacional” no Aprendizado Organizacional de 1ª Ordem. Significa dizer nas Rotinas Operacionais e em suas Rotinas de Melhoria, ricas em conhecimento explícito, em ações mais próximas da Gestão da Informação, privilegiando coisas como repositórios de Boas Práticas e Lições Aprendidas, por exemplo, sem, porém, modificar as Estruturas de Conhecimento Organizacional. O foco é Eficiência Alocativa.

O chamado Aprendizado Organizacional de 2ª Ordem necessita de Estruturas de “Conhecimento Organizacional” flexíveis o suficiente para propiciarem uma Eficiência Adaptativa. Estas Estruturas de Conhecimento Organizacional são rotinas que determinam os processos, programas e políticas de conhecimento institucionalizadas na empresa.

É preciso entender que estas Estruturas de Conhecimento Organizacional são predominantemente tácitas, o que explica a importância das narrativas nas empresas. Em algumas empresas há muitos documentos escritos formulando processos, programas e políticas de conhecimento, que na verdade não existem ou não são levados em conta, enquanto em outras se percebe a força destas Estruturas de Conhecimento Organizacional, embora elas não estejam bem descritas nos manuais.

Voltando para sua pergunta, Dudu, é nessas Estruturas de Conhecimento Organizacional e nas rotinas que as modificam, Rotinas de Evolução, que deveria estar o principal foco da Gestão do Conhecimento Organizacional, porque são elas que permitem uma criação do Conhecimento Organizacional, propiciadora do Aprendizado Organizacional de 2ª Ordem, o que significa novas capacitações.

Já a chamada conversão do conhecimento tácito em explícito, descrita por Nonaka no Modelo SECI, é um processo social, nunca se dando no âmbito de um único indivíduo.

Forte abraço
Fernando Goldman

quinta-feira, 7 de março de 2013

Nonaka e a Gestão do Conhecimento – 2ª parte

 Prezados

 

... continuando a postagem anterior.

Quando o Eduardo me pergunta se “as organizações não são competentes nos dias de hoje para promover a Gestão do Conhecimento?”, a resposta fatalmente acaba sendo “depende”. Depende do que a pessoa chama de Gestão do Conhecimento. Na verdade, vai depender muito mais do que você entende por conhecimento. Gosto muito de uma frase da Verna Allee (1997) que diz “a forma como definimos o conhecimento estabelece a forma como lidamos com ele”.

Para quem acredita que o conhecimento é como uns caroços de feijão e pode ser armazenado com cuidado para ser usado quando necessário, não há dificuldade em fazer Gestão do Conhecimento. Também não haverá grandes resultados dela. A prática vem mostrando que este tipo de abordagem, simplesmente, não funciona.

Isto me remete para a segunda pergunta do Eduardo:

relacionado ao que Nonaka diz, podemos perceber que as organizações não são competentes na Gestão do Conhecimento. No meu ponto de vista as empresas estão em grandes partes comprometidas com o treinamento de funcionários, mas fazer o compartilhamento e registro do conhecimento é o grande desafio. Concorda?

Olha Eduardo, sinceramente, não concordo não. Se o grande desafio fosse realmente fazer o compartilhamento e o registro do conhecimento, nossos problemas já teriam se acabado.

Nossos problemas começam exatamente quando percebemos que informação e conhecimento são coisas distintas e não gradações do mesmo tema. Informação é uma coisa e conhecimento é outra. Nossos problemas aumentam quando percebemos que precisamos diferenciar as competências dos indivíduos das competências organizacionais e temos enormes dificuldades em fazer isso, porque as empresas - em especial seus setores de RH, ou outra designação mais atual para a mesma coisa - ao acreditarem que as competências organizacionais são a simples soma escalar das competências dos indivíduos, caem – como o Eduardo disse – na armadilha do Treinamento e Desenvolvimento, ou seja, focam nos indivíduos como o caminho de obter competências organizacionais.

O grande erro está em querer gerir o conhecimento como caroços de feijão e não entender o que ele vem a ser. E o que falar do Conhecimento Organizacional? Só depois de entender que o Conhecimento Organizacional não é de verdade um conhecimento, mas sim uma metáfora e que o conhecimento não se comporta como caroços de feijão é que se torna possível começar a pensar em “Gestão do Conhecimento Organizacional”, algo que foca nas estruturas tácitas do Conhecimento Organizacional, enquanto tácitas, e não na transformação do tácito em explícito, como tantas vezes ouvimos por aí.

Forte abraço

Fernando Goldman

quarta-feira, 6 de março de 2013

Nonaka e a Gestão do Conhecimento – 1ª parte

Prezados

O leitor deste blog, Eduardo Klass, fez alguns comentários e questionamentos à postagem anterior, “Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 1”, sobre os quais eu vou preferir abrir uma nova postagem para responder.

Entre as perguntas feitas pelo Eduardo, algumas podem ser respondidas diretamente, outras pedem um “depende”.

Quando ele escreve “com relação ao que Nonaka diz, podemos dizer que as organizações não são competentes nos dias de hoje para promover a Gestão do Conhecimento?”, eu confesso que fico embatucado, pois não sei exatamente o que o Eduardo está entendendo por “Gestão do Conhecimento”. Na verdade, o problema não é com o Eduardo. Como já escrevi antes neste blog, não há a menor certeza de que o que o Eduardo está pensando como sendo Gestão do Conhecimento, seja a mesma coisa que eu penso, ou algum outro leitor pensa. Na verdade, nem sei se o que o Eduardo pensa que Nonaka disse, foi realmente escrito por Nonaka.

Há um enorme volume de citações de Nonaka que dizem que ele disse coisas que talvez nunca tenha dito. Principalmente quando se referem a Nonaka e Takeuchi (1995), ou pior ainda a Nonaka e Takeuchi (1997, na tradução para o português). Quando o assunto é conversão do conhecimento tácito em explícito é impressionante como as pessoas atribuem ao pobre do Nonaka uma porção de ideias que ele nunca defendeu. Há um artigo clássico do Snowden em que ele diz que chega a ser irônico atribuíram ao Nonaka exatamente aqui que ele nega. Muita gente, de boa fé, defende algumas ideias como sendo de Nonaka, porque leu em algum lugar que ele havia dito aquilo.

Talvez um bom ponto de partida seja entender que Nonaka não é realmente um autor daquilo que usualmente é referido como Gestão do Conhecimento. Surpresa! Nonaka não é, a rigor, um autor de Gestão do Conhecimento. Quando a onda da Gestão do Conhecimento se instalou ele andou até publicando livros, pelo menos um eu tenho certeza, com coletânia de artigos sobre o tema, mas, acreditem, Nonaka não é dessa tribo que anda por aí querendo explicitar o conhecimento tácito dos conhecedores.

Nonaka escreveu um artigo, entre outros, para a edição de novembro-dezembro de 1991, da Harvard Business Review – uma publicação considerada não acadêmica, porém de grande prestígio entre gestores.  Este artigo é considerado um marco para definir o início das publicações em inglês que caracterizam a construção da chamada Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional. O artigo de Nonaka (1991) se chama “The Knowledge-Creating Company” e continua atual, sendo que até hoje muitas das ideias ali propostas não foram plenamente absorvidas.

Para entender Nonaka e a Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional é necessário entender que o assunto de Nonaka, seu foco de pesquisa, não é gerir informação, muitas vezes confundida com conhecimento. O assunto dele é a dinâmica da inovação. Foi pesquisando a dinâmica da inovação, que ele percebeu que a inovação é a criação de Conhecimento Organizacional.

Continuo em outra postagem

 

Forte abraço

 
Fernando Goldman

sábado, 2 de março de 2013

Parágrafos Esclarecedores sobre Gestão do Conhecimento Organizacional – nº 1


"Embora muitas vezes esquecida, uma consequência lógica e interessante do atual desenvolvimento rumo a uma economia global é que quanto mais facilmente o conhecimento codificável (negociável) pode ser acessado, mais importante o conhecimento tácito se torna para manter ou melhorar a posição competitiva de uma empresa. ... Em outras palavras, um efeito da globalização em curso é que muitas capacitações, anteriormente, localizadas e os fatores de produção se tornam disponíveis em qualquer lugar. O que não é onipresente, no entanto, é o resultado de criação de conhecimento não negociável /não codificável - o conhecimento tácito incorporado - que num dado momento apenas pode ser produzido na prática. A incapacidade de troca fundamental deste tipo de conhecimento aumenta a sua importância à medida que a internacionalização dos mercados prossegue." (1999, p. 172) (tradução nossa)

Origem: MASKELL, P. ; MALMBERG, A. Localised learning and industrial competitiveness. Cambridge Journal of Economics, 23, 167-186, 1999.

Citado em: GERTLER M. S. Tacit Knowledge and the Economic Geography of Context. Presented at the Nelson and Winter DRUID Summer Conference, Aalborg, Denmark, 12-15 June 2001.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

UBUNTU PARA VOCÊ EM 2013!

Prezados

Neste início de ano recebi uma mensagem de um amigo, que gostaria de compartilhar com vocês. Eu acho mesmo que já a havia recebido outras vezes antes, mas isto não importa. O que importa é que, verdadeira ou ficção, ela traduz meu espírito para este ano que se início. 
Forte abraço e UBUNTU PARA VOCÊ EM 2013!
 
Fernando Goldman
 
    

Um antropólogo estava estudando uma tribo na África, chamada Ubuntu, e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa.
  
Sobrava muito tempo,  então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.
  
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam
sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
  
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado.
Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto.
Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem, felizes.
  
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.
  
Elas simplesmente responderam: Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"
  
Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?
  
Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!"
 

Na tradução literal da expressão inteira que é utilizada por esse povo:
 
Umuntu ngumuntu nagabantu = Uma pessoa só é uma pessoa por causa das outras pessoas.
  
*Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...
 
UBUNTU PARA VOCÊ!